O Projeto Justiça Comunitária e o grupo de voluntários promoveram um debate com a Juíza da 3ª Vara de Execução Criminal Dra. Ana Cristina Frighetto Crossi. A experiência da Juíza na área criminal e o convívio com detentos dentro do Presídio de Passo Fundo foram os temas debatidos na atividade. O encontro aconteceu na tarde de quarta-feira (29/06), no miniauditório da IMED.
A juíza destacou o distanciamento da realidade por parte do governo e relatou suas experiências junto à população carcerária, levantando questões de cunho social e do governo, órgão que subsidia o Presídio. “A situação é complicada, é difícil trabalhar sem poder contar com estrutura e ajuda estatal, carregamos um desconforto interno por ver esta omissão. No presídio tentamos mudar a realidade conversando, porém a lei penal é falha, necessita de mudanças e ações para unir a teoria criminal da sala de aula à prática. Partindo daí, a pergunta é porque eles voltam a praticar o crime, se após serem condenados, cumprem pena sob condições subumanas, convivendo e dividindo espaço com dezenas de pessoas, porém o estado não cumpre as leis, então porque eles devem cumprir. E na verdade quem está pagando está conta tão alta somos nós, tudo reverte contra nós”, enfatiza a Juíza.
Na ocasião a mãe de dois detentos do Presídio deu seu depoimento sobre a realidade de uma família que têm parentes vivendo nestas situações. “Tenho dois filhos presos e as condições do local são humilhantes. Um deles cumpre pena e o outro está em regime semi-aberto. Sinto que ele se transformou numa pessoa mais amorosa após passar pela prisão, quer construir família e arrumar um emprego.”
A mãe afirma que o vínculo com a família é muito importante para pessoas que enfrentam uma condenação penal. “Desde que meus filhos estão presos nunca deixei de ir vê-los, nunca faltei nenhuma visita semanal e sei que isso os ajudou,” ressalta.
O professor Dr. Mauro Gaglietti, Coordenador do Projeto Justiça Comunitária frisou que a partir do dia 07 de julho estarão sendo selecionadas entre os voluntários, 30 lideranças que irão ser capacitadas pelo Ministério da Justiça, para atuarem como mediadores no projeto dentro dos Bairros Zachia e Valinhos.
Na oportunidade, Gaglietti enfatizou a preocupação que alunos e professores vêem no Presídio de Passo Fundo, por poder ser visto como uma referência positiva por centenas de crianças e adolescentes que tem pais e parentes presos e isso pode incentivar carreiras criminais dentro das famílias. "A preocupação maior é com o significado do cárcere para os menores que fazem visitas, indo até a prisão e passando por revista íntima, por exemplo,” conclui o Coordenador.
Gabrielle: Conheço algumas pessoas que tocam música sertaneja (antigas) pode ser?
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